22 setembro, 2008

Mercado Brasileiro - Relatório da ONU aponta discriminação de mulheres e negros

Apesar do número de oportunidades de emprego no Brasil ter aumentado na última década, o país ainda não conseguiu diminuir a exclusão social e econômica do mercado de trabalho brasileiro, principalmente em relação às mulheres e aos negros. É o que aponta o relatório Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente - A Experiência Brasileira Recente, divulgado na última segunda-feira, 8 de setembro, pela ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo o estudo, mesmo representando mais de 70% do mercado de trabalho, as mulheres e negros ainda são discriminados na área profissional. Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíilios) demonstram que, em 2006, o rendimento médio real das mulheres não-negras era de R$ 524,6, enquanto o das negras era de R$ 367,2. Já os homens negros receberam um rendimento médio de R$ 451,1, contra a remuneração de R$ 724,4 obtida pelos não-negros. Embora a presença feminina no mundo dos negócios venha crescendo desde a década de 70, o relatório aponta que as disparidades com o universo masculino ainda são muito elevadas. Em 2006, a porcentagem de mulheres em idade ativa que estavam empregadas era ainda 24 pontos inferior à dos homens, e os índices de informalidade eram maiores para mulheres e afrodescendentes. Os ganhos médios das mulheres ainda são 30% inferiores aos dos homens. Além disso, a ONU apontou que o mercado de trabalho no Brasil mantém alto déficit de trabalho decente e grau de desemprego e precariedade preocupantes. De acordo com a Organização, manter o ritmo de crescimento da atividade econômica é a primeira recomendação para criar emprego de forma sustentada e condições que garantam a melhoria da qualidade dessa ocupação. No entanto, o boom da economia brasileira não é suficiente para promover desenvolvimento humano, edificar sociedades mais justas e criar postos de trabalho de qualidade e na quantidade necessária para acolher a crescente oferta de mão-de-obra.O relatório sugeri a criação de políticas de Estado.

(fonte : Universia)

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